Arpoador
No início da década de oitenta
e, quando o Rio jorrava amor,
pois nunca perdeu o seu esplendor,
regressei e por alguns meses
no Banco Nacional trabalhei.
Apesar do baixo salário
que recebia como bancário
mesmo trabalhando na sua matriz
e, somente por seis horas, de fato,
no horário de uma da tarde até as sete da noite
pegando o ônibus de número 350 para a Penha super lotado
mas, pelo fato de estar na minha cidade, adorava.
E, quando o final de semana chegava
porque não trabalhava,
ía com alguns colegas e amigos
até a praia do Arpoador
ver a garotada surfando
e, nas asas delta livremente voando
e, com isso mostrando
que, apesar da violência,
o Rio é um lugar repleto de graça,
por isso dele sempre lembrar.