Em cada manhã um giro no olhar e desfaleço,

A voz do silencio me chama,

Atenção me suplica, em gozo reclama,

Perco-me na solidão do teu olhar,

Mas ao mesmo tempo sinto o teu calor me sufocar,

Grito ao mundo, perguntando se alguém ouviu?

E a voz do silencio não para de me chamar,

Volto às mãos pelo corpo acariciando as partes que cobiças,

Tremuladamente dos teus lábios escorre o sumo de prazer,

Então, não resisto!

Entrego-me, no acaso da escura, sólida e muda visão,

Teus braços entrelaçam aos meus,

Teu corpo em delírio grita de paixão,

A voz dos teus anseios estremece o chão que me sustenta,

A noite torna-se então uma criança perdida, aflita e desorientada,

A nudez do sussurrar enganando as letras e os dedos procurando um espaço,

Aos poucos vais me consumindo, exaurindo do silencio,

O furor desta loucura,

Desta agonia,

Que domina este pobre ser,

EU...

Mirão da Estrada
Enviado por Mirão da Estrada em 15/11/2007
Código do texto: T738543
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