Noites dos Cristais
Sombria noite dos cristais
Sob o olhar atento do luar
Seu brilho refletido
O olhar sinistro dos seus perpetradores
Seus trincares de dentes arreganhados
Exalava podres propósitos vis
Exata linha entre humanos e brutalizadores!
Ao alvorecer daquele demente dia seguia a marcha da incerteza
Nascia então singular ódio destituído de razão, compaixão ou empatia
Os seres desumanos chegavam ao seu apogeu macabro
Estava para se consumar a história da vergonha e seus cúmplices equivocados
Mais também de tantos heróis, anônimos ou não
A dor dos inocentes doem em nossos ossos, até a presente data e hora eternas
O horror deles ainda está em nossos olhos perplexos e atentos
Os corações acelerados ainda acelera nossos corações
As lágrimas deles ainda escorrem em nossos olhos nus
As lembranças deles e de seus descendentes ainda são latentes em nossas sinapses
Horror que vemos repetidos repetidamente em nossa história
Presente, passado, e futuro incerto
Os erros vão equivocadamente se repetindo
Em pequena ou grande escala
A escalada da desumanização
Ainda no presente se faz presente
Então nos resta a resistência dos indignados!
Não tenho a honra se ser Judeu, mais meu coração sangra, por todo sofrimento perpetrado a esse povo lindo e de cultura singular.
Em memória de todos os Judeus vítimas daquela fatídica noite, que ainda hoje assombra nossas mentes e corações.
Rio, 06/11/2021.