O QUE EU FUI E JÁ NÃO SOU
Triste realidade da minha vida sofrida
Que na idade jovem era bem libertina,
E que hoje está manietada pela idade
Que me condiciona, de pura fealdade.
Em jovem as vistas largas e projectos
Eram a minha obsessão permanente,
Afoito e muito crente do meu sucesso
Ia à luta com coragem, sem insucesso.
Raramente perdia, seguro eu estava
Do êxito das minhas veras hipóteses
Para isso não desistia e muito lutava
Não era incomodado pelas atrozes.
Hoje tudo mudou já não me reconheço,
Sou outro, o inverso do que era dantes,
Sou aprendiz desta vida, sem sucesso,
As metas a atingir estão mui distantes.
Tudo me custa a fazer, é por obrigação
Que me esforço para levar por diante,
A minha epopeia cruel, pura maldição
Que me martiriza a todo cruel instante.
A minha tábua de salvação é a escrita,
Que foi benção que então me chegou,
Com inspiração para escrever poesia
E crónicas, minha riqueza e mais valia.
Sou outro, não tenho dúvidas, agora
Reaprendo tudo, com forte vontade
De vencer, pra isso não perco a hora,
Contando de todos alguma bondade.
Rui Serrano - 05.11.2021