Procissão

Quando era criança

com mamãe e o meu gêmeo irmão

seguindo a tradição

que, francamente não leva a nada,

seguíamos a procissão

segurando uma vela na mão

que por tantas vezes,

porque a cera com a quentura da chama

derramava dentre os meus dedos

quando o próprio vento não lhe apagava.

Tradição que nunca me esqueci

e, que fiz quando criança,

hoje já não mais existe,

pois com a educação e evolução

vemos que a procissão na realidade

era um momento em que esses fiéis

juntos se aglomeravam e fofocavam

durante os quase um quilômetro andavam

com uma vela acesa ou pelo vento apagada

na grande maioria sem saber de nada,

estavam ali apenas pela tradição

e a fé numa estátua criada

pelo homem que tudo faz e consome,

pois da bíblia não sabiam de nada,

apenas de acompanharem

cegos na realidade, tradições.

Silvio Parise
Enviado por Silvio Parise em 30/10/2021
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