NA HORA DO APERTO
NA HORA DO APERTO
Carlos Roberto Martins de Souza
Usar a casinha apertadinha na roça
Era um grande duro e terrível desafio
Para fazer suas necessidades básicas
Entrar na porta dava até um calafrio
Na hora do aperto o bicho pegava
Ser ou não ser não ser é dura decisão
A única escolha que a você sobrava
Entrar na privada ser um eterno cagão
O sujeito já ia fazendo o sinal da cruz
Entrar naquela sua pequena academia
Descer as calças rodeada de urubus
Aliviar a barriga era aquela acrobacia
Equilibrar nos pés era uma ginástica
A dita cuja era pequena e fedorenta
Aquilo era um drama cena drástica
Passar o tempo ali era uma tormenta
A caganeira é um trem desgovernado
Não adianta você esperar na estação
Você dá seu jeito embarca apressado
Ela não pára prá te esperar meu irmão
Lá fora você é valentão até um brigão
Mas agachado naquele buraco escuro
Você não passa de um eterno cagão
Ali você não passa de um imaturo
Cagar é uma arte de estilo barroco
A obra não vai ser exposta em museu
Naquela casinha ela é feita no sufoco
Obra mulher homem o rico e o plebeu
Usar aquele espaço é algo matreiro
Tem muito suspense até muita magia
E também pode ser muito traiçoeiro
E você não tem nenhuma alegria
Chegou a minha vez de sofrer a dor
Equilíbrio no buraco e me acomodei
Eu estava ansioso dava um pavor
Um Laxante eu tomei ansioso fiquei
Quando a barriga estufou com o gás
Não dá mesmo para você segurar
Então soltei o meliante e até relaxei
Foi um grande alívio poder respirar
Não é uma sensação que emociona
A cumplicidade de usuário e privada
São coisas que só a roça proporciona
O caipira vive uma vida marvada