Nostalgia

Numa tarde, chegado o verão

Em que os prados ainda primeveris

O calor retornara e então

Recordei o que é ser feliz

De como é ser em vão

E despreocupar do que faço ou fiz

Perdido como um perdiz

Onde rocha se confunde com grama

E cada passo é cada tropeço

Mal não faz, só manha

E me tem em profundo apreço

O que à candura é coisa tacanha

Naquela velha choupana

Onde votos foram renovados

E o café fora escondido

Sermão nada mais valia

Que gostosos risos largos

E troça ao pé do ouvido

E à noite mais a ser dito

Sob os quadros de ipês bordados

Á lã, seda e linho

Enquanto adultos cevados

À carne, massa e vinho

Choraram seus tristes fados

Numa tarde, chegou o verão

E, com ele, me fez feliz

O calor que retorna, pois

Percebi que nada demais fiz

À época de ser em vão

Do que toda criança diz