O MINEIRO
Já não se vê mais estrelas caídas
sobre os dormentes das ferrovias
nem o apito estridente do trem
que chegava e que partia
nem as caras suadas do mineiro
borradas pelo pó do carvão
na busca do ouro negro
fruto da mineração
Riqueza bruta da terra
das profundezas do chão
o mineiro cansava o corpo
mas botava na mesa o pão
de coração e alma lavada
quando na gaiola subia
deixando pra traz o medo da morte
que rondava as galerias
mais um dia de luta vencido
na rude trincheira da lida
lembrando dos companheiros
no sob solo perderam a vida
deixando o negrume do luto
da viuvá rezando sofrida
por ingrata morte tirana
sem ao menos ter despedida
filhos chorando sem pai
netos sem conhecer avós
e a historia do nosso povo
lembrado por todos nós
mineiro que a suor e sangue
fizeram da mina seu ganha pão
e alavancaram o progresso
desta terra deste chão