Setembro.

Não me lembro bem que ano era

Tem bem mais que muito tempo

Era só mais outra primavera

Mas setembro tem o dom dessa saudade

Tinha um sapo que cantava à toa

Sua voz tinha o som de piano ou de sanfona

E tinha a sapa, que valsava

E tinha uma canção, que vinha no vento

O sapo era tão vagabundo

Que esperava a balsa pra ganhar o mundo

E tinha a rã, com cheiro doce, de hortelã

Porém, a sapa era do mês de agosto

A marrafona era mulher sem rosto

E eu ainda era criança

Mas o tempo passa e sempre tem setembro

Trazendo essa saudade, essa lembrança

Uma coisa boa, uma verdade que é so minha

E não me lembro muito bem que ano que era

Nem qual idade que eu tinha.

Edson Ricardo Paiva.