De ti ausente...

De ti ausente...

De ti ausente, minha vida, meu amor

Os anos me consumiram por inteiro

Nunca mais encontrei amor maior

Daquele amor singelo e verdadeiro

Meu contentamento foi a ventura

E hoje, velho, caduco, sem esperança

Peregrinando a fio longa vida dura

Aguardando milagre, da bem-aventurança

Quase rendi os sentidos ao pensamento

Para um dia, quiçá voltar a vê-la

Mas minha alma, que passou tanto tormento

Venceu meu desejo... usando da cautela

Que neste mundo tenho experimentado

Vendo o tempo passar, dela tenho pena

Certo que seu amor, não tenha prosperado

Pois aos apartados o cupido condena

Falsas esperanças, ledo engano

Vivi tristemente, cheio de ilusões

Condição cruel imposta ao ser humano

Perdido de amores, cheio de paixões

Hoje, as lembranças daquilo que imagino

Têm por companheira a saudade

Quão grande a caminhada sem destino

Quão cruel o desengano da amizade

A mágoa que choro, não chorarei sozinho

Se tive de perder, eu não perdi sem par

Quem sabe ela passa tormentos no caminho

Desiguais que não devo sopesar.

E se cruzar novamente o meu caminho

O amor que agora tenho sepultado

Peço a Deus que esse acúleo espinho

Não seja mais, por mim compartilhado !

30/03/2003

Armando A. C. Garcia

E-mail: armandoacgarcia@ibest.com.br

Armando Augusto Coelho Garcia
Enviado por Armando Augusto Coelho Garcia em 17/11/2005
Código do texto: T72930