BELEZA ESTRANHA
BELEZA ESTRANHA
Era uma parede de drops Dulcora
Imensa, colorida e semitransparente como um vitral
A parede surgia do nada diante de mim
E eu era muito pequena e não sabia me deslumbrar
A parede se aproximava devagar
Eu não sabia o que ela queria
Onde pretendia chegar
Então eu procurava meus pés pequenos
E tentava me afastar
Dar espaço pra parede passar
Mas não havia espaço nenhum
Apenas a parede imensa de drops Dulcora
Que se aproximava de mim
E eu pequena muito pequena
Não conseguia me mover nem sair do caminho
Que não existia
Porque não sabia encontrar meus pés
E começava a me faltar o ar
E eu me sufocava e tentava gritar
A voz desapareceu junto com meus pés
O medo e o desespero aumentavam mais e mais
Minha boca se abria sem som e sem ar
E a parede de drops Dulcora
Colorida e semitransparente como os vitrais
Se aproximava e ia me esmagar
Eu chorava sem som e gritava sem voz
De repente acordava sentada na cama
Sabendo que gritei sem ter ouvido meu grito
Meu tio estava ao meu lado sentado na cama
Segurava meus ombros dizendo
- Calma respira foi só um pesadelo
Ele tinha rosto de bondade sonolenta e dizia
- Está tudo bem não aconteceu nada
Foi só um pesadelo
Meu tio abraçava com carinho a criança que eu era
Ficava tudo bem e eu dormia de novo
Até sonhar de novo com a parede de drops Dulcora