DONA XEPA E A SANZALA
Vive na minha memória
Aquela sanzala asseada
E limpa que a mamam
Xepa com zelo tratava.
Dava gosto e muito gozo
Brincar naquela sanzala,
Em que tudo era suposto
Ser a minha privada sala.
Fugia de CABINDA vezes
Sem conta, cabeça tonta
Que só pensava revisitar
A sanzala, minha montra.
à volta dela brincávamos,
Em correrias e diabruras,
Como se fôssemos filhos
Dum mundo de fantasias.
Não me esqueço jamais
Daquela sanzala, refúgio
Dos meus dias de folga
Que eram um murmúrio.
Mãe Xepa morreu num dia
Que ficou cinzento e triste,
Perdi o sono, não dormia,
A vida segue não desisto,
Ruy Serrano - 27.04.2021