Estradas
Ha nesses canaviais que infinitos
Ondeiam brilhantes na aurora
Visão de tempos não esquecidos
De imotas horas que não vão embora
Há nesse azul que conduz as vagas
Inconstantes do nordeste mar,
A filosofia da imagem amarga
D'um eu louco que não soube amar
Estradas solitárias dos domingos
De uma mata atlântica destruída
De cimos verdes e longínquos sinos
De substância a cor evanescida
Tanto poderia ser, que não fui
(Fato mnomênico exagerado)
Tanto tudo em mim, que não flui
Que vou rumando assim acelerado
É Dois mil e doze, dia alcoólico
Juventude a flor pele, exaltada
Ágil sob mim passa o sol hiperbólico
Deixando vir a noite anuviada