Estradas

Ha nesses canaviais que infinitos

Ondeiam brilhantes na aurora

Visão de tempos não esquecidos

De imotas horas que não vão embora

Há nesse azul que conduz as vagas

Inconstantes do nordeste mar,

A filosofia da imagem amarga

D'um eu louco que não soube amar

Estradas solitárias dos domingos

De uma mata atlântica destruída

De cimos verdes e longínquos sinos

De substância a cor evanescida

Tanto poderia ser, que não fui

(Fato mnomênico exagerado)

Tanto tudo em mim, que não flui

Que vou rumando assim acelerado

É Dois mil e doze, dia alcoólico

Juventude a flor pele, exaltada

Ágil sob mim passa o sol hiperbólico

Deixando vir a noite anuviada

Anac Rocha
Enviado por Anac Rocha em 26/03/2021
Reeditado em 01/08/2021
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