"A Sorte Que Veio Com o Vento" = Caso verídico e autobiográfico de sorte=
Eu estava tão a zero, tão durão
Que para ficar só inadimplente
Precisava melhorar de situação
Era uma coisa pra lá de urgente
Fui andando pela rua, distraído
Quando um papelzinho me seguiu
Ia ele pela rua, pelo vento movido
Até que em minha perna aderiu
Catei o papelzinho, li atentamente
“Pegar os protocolos com urgência
Principalmente aquele mais urgente”:
Os números vinham em seqüência
Achei bonitos aqueles números ali
E resolvi arriscar no jogo do bicho
O dinheiro me faltava, eu percebi
Daria meu relógio achado no lixo*
O anotador do bicho fez bico doce
Disse que o banqueiro não aceitaria
Era preciso que vendedor não fosse
Até pelo cansaço eu o convenceria
Jogo feito e meu pulso desrelojado
Esperei algumas horas, bem ansioso
Pra saber o quanto antes o resultado
De um jogo feito de modo auspicioso
Jogo feito pelos números da Federal
Não havia como ser lesado, enganado
Eu ganharia, estava certo, seria legal
E o dinheiro já estava até destinado
Daria na cabeça o mil cento e vinte
Meu dinheiro voltaria, e avolumado
Eu teria capital para o dia seguinte
Já estava tudo muito bem planejado
E não é que não deu outra, meu amigo?
Meus números sorteados na Federal!!
Foi tanta grana que quase não consigo
Na hora, acreditar que fosse real!!
No dia seguinte fui usar meu capital
E comprei as mercadorias de montão
Bendito papelzinho...foi providencial
Mostrou que a sorte vem até do chão...
*O citado relógio foi achado na véspera, em plena rua
Líbero Badaró, na hora do movimento maior. No dia
seguinte resgatei-o das mãos do apontador do bicho
e o tenho até hoje. É um "Orient" ("Orientô")