"A Sorte Que Veio Com o Vento" = Caso verídico e autobiográfico de sorte=

Eu estava tão a zero, tão durão

Que para ficar só inadimplente

Precisava melhorar de situação

Era uma coisa pra lá de urgente

Fui andando pela rua, distraído

Quando um papelzinho me seguiu

Ia ele pela rua, pelo vento movido

Até que em minha perna aderiu

Catei o papelzinho, li atentamente

“Pegar os protocolos com urgência

Principalmente aquele mais urgente”:

Os números vinham em seqüência

Achei bonitos aqueles números ali

E resolvi arriscar no jogo do bicho

O dinheiro me faltava, eu percebi

Daria meu relógio achado no lixo*

O anotador do bicho fez bico doce

Disse que o banqueiro não aceitaria

Era preciso que vendedor não fosse

Até pelo cansaço eu o convenceria

Jogo feito e meu pulso desrelojado

Esperei algumas horas, bem ansioso

Pra saber o quanto antes o resultado

De um jogo feito de modo auspicioso

Jogo feito pelos números da Federal

Não havia como ser lesado, enganado

Eu ganharia, estava certo, seria legal

E o dinheiro já estava até destinado

Daria na cabeça o mil cento e vinte

Meu dinheiro voltaria, e avolumado

Eu teria capital para o dia seguinte

Já estava tudo muito bem planejado

E não é que não deu outra, meu amigo?

Meus números sorteados na Federal!!

Foi tanta grana que quase não consigo

Na hora, acreditar que fosse real!!

No dia seguinte fui usar meu capital

E comprei as mercadorias de montão

Bendito papelzinho...foi providencial

Mostrou que a sorte vem até do chão...

*O citado relógio foi achado na véspera, em plena rua

Líbero Badaró, na hora do movimento maior. No dia

seguinte resgatei-o das mãos do apontador do bicho

e o tenho até hoje. É um "Orient" ("Orientô")

Fernando Brandi
Enviado por Fernando Brandi em 02/11/2007
Reeditado em 02/11/2007
Código do texto: T720383
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