Sob o sol dos meus melhores dias III
O sol dos meus melhores dias unge as ondas adoecidas
do meu mar que se comporta como um rio.
Este faz minhas pestilências evaporarem
me ofertando um jardim de cura interior.
Sua força absorve a minha fraca força
e presenteia-me com um lugar especial em seu sistema.
Ele retira de mim o fanatismo
por universos no qual ele não se encontra.
Este sol me acompanha na gôndola da dor
por entre canais de uma Veneza em ruínas.
Foram procissões infindáveis,
orações enclausuradas entre paredes mudas e frias
sob o sol dos meus melhores dias.
Diante da velha máquina SINGER costurei girassóis
que só se sentem completos se contemplarem a sua luz
e derem as costas para a escuridão profunda
que rasga tudo que cintila.
Este sol me acompanha nas minhas displasias interiores e exteriores
sempre trazendo calor suficiente,
que dissolve a ponta do iceberg da tristeza.