Ode ao Rio Irituia

Ode ao Rio Irituia

Ao olhar as aguas barrentas que escorrem em teu leito

as lagrimas marejam em meus tristes, olhos saudosos.

Meu coração acelera, se agita em meu peito

falta sentindo dos tempos distantes tão ditosos.

Do trapiche nem vestígios da antiga estrutura;

do Porto da Cova não restou nem sinal.

O poção com sua desafiante fundura

deformado, tornou-se raso mesmo no peral.

Longe escuto o troar da buzina anunciadora,

de que enormes cascos de produção carregados

conduzidos por braços de gente forte, trabalhadora

se aproximam do porto onde serão ancorados.

Quão feliz me fizeste a distante infância, velho rio!

Sinto a brisa suave que de ti emana ainda

e a modo que me inspira de esperança tênue fio

de que tua agonia logo se acabe, não seja infinda

e em teu leito naveguem canoas, motores, montarias;

movimentem-se banhistas, embarcadiços, pescadores;

da beira aos bares voltem muitos turistas com alegria.

Então à tristeza de te ver quieto, sem vida

substitua a exuberância original da natureza

que mesmo maltratada, quase destruída

ainda fornece o peixe dos pescadores à mesa.

(Oh, rio querido de tantas e doces recordações,)

confio que semente sendo tu da existência

hás de te restaurar, terás tudo com dantes:

e a gente, a cidade de quem és a referencia

de novo tornar-se-ão fortes, prósperos, gigantes

e altaneiros bradarão “com amor em um segundo:

De Irituia, para o Pará, para o Brasil, para o mundo”.

Arturo Cortez. 05.12.2020

arturo cortez
Enviado por arturo cortez em 25/01/2021
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