SÓ NO PARQUE
Sentei-me num banco do parque,
Com minha máscara, companhia
De que eu prescindir não podia,
Se o fizesse seria um desastre.
O codivirus à minha volta sentia,
Na mira de talvez poder atacar,
O sol protegeu o meu bem estar,
Aqueceu-me durante todo dia.
Só eu mais ninguém ali estava,
Minhas lembranças recordava,
Quando ainda nada se temia.
Desfrutar daquele banco podia.
Apenas os canídeos da relva
Se serviam para se aliviarem,
Com seus donos passearem,
Mastigando alguma da erva.
Os namorados por temerem
Correr o risco de contágio,
Optaram por se recolherem,
Em suas casas, belo solário.
Continuei só com memórias
Do tempo bom ali passado,
Quando criei minhas histórias
Que então houvera publicado.
Dirijo o último olhar ao parque,
Continua deserto, sem a vida
Buliçosa que era a sua magia,
Como se fosse uma bela arte.
Ruy Serrano - 10.01.2021