O RETORNO
Peguei o bonde da vida,
livre e solta, sem bagagem,
e nessa insólita viagem,
fui voltando ao passado.
Desci na Estação Saudade
e pelas calçadas de pedra
de minha mocidade,
fui revendo casas caiadas,
de madeira de pinho,
floreiras nas varandas,
de ripas cruzadas.
Senti o cheiro de fumaça
das chaminés dos fogões a lenha.
Sentei perto do coreto da praça,
onde a banda tocava com graça.
Revi hortas e jardins,
pinheiros, frutíferas e afins.
E como doeu lembrar
daqueles que não pude encontrar.
Lá não estavam mais,
pessoas queridas, meus pais...
Mas é tão bonita essa história,
que vou guardar com carinho,
bem aqui, no cantinho,
de minha saudosa memória.