Suziene Cavalcante
A BIOGRAFIA DE TOM JOBIM EM POESIA (Parte I- III)
Perguntei ao amor qual o maestro que ele mais amou... Que a história musical mais iluminou... E o espírito da perfeição sobre ele gravitou... Então, o amor me respostou bem assim:
-Tom Jobim!
Perguntei à natureza qual o arranjador de maior destreza...Cuja harmonia possuía a poesia de alta beleza.... A natureza, expressando certeza, responderá assim:
-Tom Jobim!
Perguntei ao Rio de Janeiro qual compositor mais brasileiro, cujo bossanovismo fora pleno...uma espécie de renascimento, com a genialidade complexa na musculatura de seu talento... Então, o Rio de Janeiro disse assim:
-Tom Jobim!
Interroguei à fauna e a flora:
-Qual a voz mais suave e calma...Que bossanoviza a alma...E postula uma paisagem mais elevada...Da música Michelangelamente esculturalizada e DaVincemente pintada... E ainda Sheskespearemente poetizada?
A fauna e a flora responderam na hora assim:
- Tom Jobim!
Perguntei, em Tom curioso, à Debbressay, Choppin e Villa Lobos...Quem melhor os reinventou para o povo...
Os três responderam em coro, unissonos em tom melodioso assim:
-Tom Jobim!
Perguntei a Helô Pinheiro:
-Qual a música tocou o mundo inteiro...E em todas as nações nos corações fez um passeio... E Ipanemizou todos os gêneros... Congelou a jovialidade suprema da geração dos anos sessenta em eternas cenas em ensejo?
Respondeu-me Helô Pinheiro com a elegância suprema:
-Garota de Ipanema!
Ó Garota de Ipanema! Eis o seus quatro Grammys... Prêmios de excelência! A segunda canção mais tocada... E que o século XX a futuralizava...Seu sucesso brilhava em diamantenescência! Stan Getz e Frank Sinatra perante "Garota de Ipanema" se inclinavam... Submergiam e se curvavam à sua infiniticência!
Indaguei a João Gilberto em prosa qual o tom da Bossa Nova, que agregou impacto à essência de sua obra... Em assim sendo, vi que a Bossa Nova é obra dos gênios...É patrimônio ad infinitum no vento... da História!
-Em vossa Bossa sempre Nova quem mais maestrou no tom da nota ?
E João Gilberto disse, na hora, assim:
-Tom Jobim!
Como conceituá-lo, ó Antônio Carlos? Como o diremos, ó Tom brasileiro?! Medi-lo-ia qual biografia? Sua história foi para além dos dias!!! Ocorre-nos que sua sapiência é sem fim, ó Tom Jobim!
Perguntei à Copacabana qual cantor mais ardeu-lha em chamas... Qual o musicista que mais fez dueto com a vida em um tom que encanta... E respondeu-me o mar de Copacabana, bem assim:
-Tom Jobim!
Perguntei ao mês de março quem dera- lhe o melhor abraço...Quem saciou a terra da música com as "Águas de Março"?! Qual maestro do mar de anil conseguiu ouvir o tom de março e até do abril?!! E o tom de todos os meses...Tom ouviu....e os entonou ao seu compasso?!!
Responderam-me as águas de março, bem assim:
-Tom Jobim!
Perguntei aos instrumentos tomjobinianos...Ao seu violão, gaita, flauta, piano... Onde fizeram morada seus dedos de anjos:
-Qual musicista que mais cantou sobre a vida revolucionando?
E os instrumentos responderam-me tocando...tocando assim:
-Tom Jobim!
Perguntei ao Aeroporto do Rio de Janeiro... Aeroporto Internacional do Galeão ordeiro:
- Qual o teu nome em baluarte, posto em homenagem... Em que todos os povos fazem passagem... Os avioneiros?
E o Aeroporto do Rio, sorriu, e em tom gentil disse assim:
- Meu nome é Antônio Carlos Jobim!
Perguntei à Cidade Maravilhosa, à terra natal de Tom jubilosa... À Capital da Bossa Nova:
-Quem melhor traduziu a beleza carioca?
E o Rio de Janeiro respondeu assim:
-Tom Jobim!