EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO DE RENASCER

EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO DE RENASCER

Namorada pré-ferida, ao mesmo tempo tão sem vida

Sabrina, sapeca, seguiste caminhos tão sem metas

Te tornaste um cacto espinhoso. Por que te sentes

Tão magoada e aflita. Pq te separaste da haste 1ªª

Que te conduzia à melhor transcrição genética???

PQ ficastes tão dormente em tuas puras agruras

Quem, o quê te fez perder-se tão assim patética

Viveste a Nova Era nas esferas das serpentes???

Tens saudades das liberdades dos anos setenta

Abandonaram-te sozinha, perdida, assim carente

Sem sexus, plexus e nexus que não mais fazem

Teu ser tiete acontecer nas bandas de rock pauleira

E ao mesmo tempo tropicaliente. Passaste o ciclo

Tendo saudade das fodinhas tipo meninas Malu

Maluquinhas, sedentas de encontros com moleques

Perdidos na Noite do Século Vinte??? A inusitada

Estrada cheia de quero-queros e porraloucas

Buscaste neles um “udistoque” de biquíni na praia

De Ipanema, nos inferninhos de Iracema. Tens

Vera saudade de entrar em cana por ter sido amante

De Dona Maria Juana??? Sei, querida, é difícil

Paraty, após encarar o Último Tango em motéis

Próximos ao Largo do Machado, aos Arcos da

Lapa, após ter sido misse nas passar elas, ter

Fotografado para os “books” das agências de

Puns e publicidade, e entrar nos carros que te

Abriam porta ao largo do calçadão no asfalto

De Copacabana. Te sentes certamente extinta

Tudo isso hoje não passa de um amontoado

Pirado de detritos. Os improvisos tronchos

Te mutilaram. Cansaste dos bancos de carona

Dos boquetes no apito de chamar os anjos

Dos bundões das bandas de fundo de quintal

Apenas navegas nesse Titanic de cadáveres

Resultante de todas as revoluções: americana

Inglesa, francesa e da Treva soviética de 1917

Hoje em dia ninguém para te dar um bom dia

Nessa pandemia que a Covid-19 consagrou

E os negacionistas do flagelo sorriem, mas

Inquietos, com suas políticas que o Tempo

E o Vento levaram como quem não passou.

Foi preciso te amar para te compreender

Para que na memória não ficasses a velha

Que não soube rejuvenescer. Afinal, não és

Uma anciã que não pode mais crescer. Ou

Criança imóvel frente à serpente imensa

Que te proíbe de renascer. Não eras apenas

Uma velha menina proibida de tudo

Menos de envelhecer. Será que fizeste

De tudo um pouco sem nunca conseguir

Pegar em mãos a arte discente de crescer???

És a Lua que em suas fases está na fronteira

Crescente do amanhecer. Precisas agora

Esvaziar a mala da perversa idade. Idade

Que te fizeram viver. Ela é carregada de

Misérias passadas e de um Tempo Perdido

Que não podes esquecer. Para que a fase

Passada passasse você, quantas vezes 100

Tiveste De morrer???

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 19/12/2020
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