PEQUENO SOL NA FOGUEIRINHA
PEQUENO SOL NA FOGUEIRINHA
De benesses únicas que nem vês nem sentes
Transitam entre você e eu mil dádivas, mil
Mil mercês de Prometeu. Não apenas a do fogo
Aquece a tanto tempo a graça frágil do corpo
Nas madrugadas de frio a doer nos ossos
Nos crepúsculos gelados onde perambulavam
Aladas, bestas ameaçadoras, no breu da noite
Tu te sentias ameaçada, mas do fogo exalava
Faíscas quânticas que tangiam o medo fora
Do abrigo de nossos segredos. Prometiam
Elas uma manhã de sol se sobrevivêssemos
Às ameaças das trevas. Eu desconhecia sim
Que eu era Adam e você por certo Eva eras
Afinal, sabíamos tu e eu abrigados desse breu
Que se não existíssemos, quem mais existiria???
Estavas a mente lotada de lutas e receios
A fúria contra os elementos da natureza
No dia dia de nossas almas não descuidadas
Eu olhava para ti com selvagem suavidade
E me perguntava como se fosse um espírito
O amor indômito unia nossas vidas e eu
De nada sabia do futuro, mas balbuciaca
E dizia: A quem devo amar senão o mistério???