Baile de Sábado
Aquele cafezinho para eu de madrugadinha tomar,
Sentado no rabo do fogão, com taiádas de queijo
E generosos pedaços - de canto - de bororó de quaiada,
Preparados por minha mãe: - rotina inesquecível, álacre!
Meu irmão mais véio - violeiro - chegou tarde: azar dele...
Ciúme despeitado de caçula que briga de boca, sem raiva.
Eu com calo na palma da mão, ele na ponta do dedo, desaforo!
Aponta na porta, zóio de sono, rio por dentro: é entre mim e ti.
Tiramos o leite, tratamos das galinhas, dos cachorros...
Encrenquei de novo, de birra não levo o leite no ponto.
Safadamente me propõe, te levo sábado, tem baile.
- Jura? Mudo de cara, pego a carroça, levo, e puxo prosa.
"Semana mais cumprida que cuspida de pobre" (ditado de vovô).
Sábado que não chega - estrear roupa nova - calça comprida!
Se eu vir a Rosinha, te falo. Podemos cantar uma moda?
Faço a primeira, decorei a letra, facinha, cururu seu, dos mió.
No sábado fiz tudo sozinho. Descansa. Ensaia. Virei puxa saco...
Sobre minha cama minha roupa arrumadinha; mamãe cantarolava.
Saímos numa felicidade sem par "relembro", me orgulho dele!
Não vou ficar de vela, se você prosear com ela, - vai pro escurinho.
Cantamos, dançamos, comemos broa de minduim com chá de favaca.
Conheci a Glorinha do Zé da Neide. Eu não era mais menino: um rapaz!
Mamãe na cozinha na madrugada de domingo. Dureza levantar...
Fizemos as obrigações sem correria, pegamos o frango para o almoço!
Hoje cantamos aquele cururu (encarreamos direitinho) relembramos.
Glorinha, Rosinha e mamãe, na cozinha; macarronada de Peroco, nove.
Falta papai... falta não! ele está com a gente, sempre estará: Esteio!
Acho que temos assunto para um novo cururu. Afina a viola...