Experimento

Se já não há amor

Por que, agora, o fulgor

Das lembranças que trago

Como enfim as apago?

Não as tenho no coração

Mas insistentemente aqui estão

Pouco mais de dois anos

Hão de, então, causar danos?

Por que tanto sentimento

Que sequer sei decifrar?

Tudo tão vivo, mas eu acalento

O que insiste em ficar.

Percorro ruas, percorro a vista

A mente ordena: não insista!

A mão registra, e o verso se forma

Enquanto isso, interior se reforma

Tenho apreço, mas tenho pressa

Ouso o desejo do esquecimento

E tento, faço-me nova promessa:

Empirista que sou, experimento.

Katlyn Dias
Enviado por Katlyn Dias em 25/09/2020
Reeditado em 25/09/2020
Código do texto: T7072364
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