No letramento, aprendi
Ser o feminino de poeta
Poetisa; maestro, maestrina.
Ah que saudade da época…
Em que gato caçava rato
Cachorro dava em gato
O mundo não era assaz ingrato.
70 X 7, salve o gato bicho
À pérfida sombra de gente.
Cadê o animal sentinela?
Seja gato, cão ou valente cadela?!
Apenas vejo guabiru diligente.
Quase extinta amizade verdadeira
A se compadecer da dor alheia…
Atualmente, é tudo trocado
O certo tido por errado
Não respeitam opinião d’outra aldeia.
Triste Brasil, pobre país,
A olvidar sua raiz.
Descuida a moagem do trigo
Mas farinha quer ter?!
Eis o grande perigo!
Se insistir em desconsiderar o passado
Ao futuro, por certo, será jogado.
Entrementes, no dito centro regional
Supostamente, em prol do saber local,
Agachados, jovens com mãos nos joelhos
Da indústria cultural, são só aparelhos
Cegueira coletiva, corações iludidos…
Robôs embrutecidos, olham sem enxergar
Não se apercebem do real sentido.
Póstumo oxalá? Sei lá!
A besta-fera já se encontra
Na combalida masmorra.
Encerro, assim, a dizer sem dizer
Exatamente o que penso
Hoje, só se pode falar a contento
Do que chamam politicamente correto
Sinceramente, por demais indigesto!
Professora Ana Paula
Enviado por Professora Ana Paula em 21/09/2020
Reeditado em 21/09/2020
Código do texto: T7068566
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