HOMENAGEM AO MEU PAI
Marcos Barbosa
Sou apenas um poeta
Não creio em psicografias,
mas de repente tenho dúvidas
se meu pai não resolveu
ditar-me uma poesia.
Papai, que faleceu
no dia 08 de Novembro
eu nunca esqueço, me lembro
do poema que ele aprendeu.
Em sua homenagem publico
a poesia que recitava
aos filhos como um conselho
em poema como espelho.
É a seguinte a poesia
de um poeta
que meu pai não lembra o nome:
I
Moços que vais pela vida
sem direção definida
de um triste ocaso ao sabor
qual nau em mar sempre forte
desarvorada sem norte
das turvas água à flor
II
Não sabes que a vida é breve
e a humana existência leve
por isto que se desfaz?
Não sabes que fatalmente
has de dormir finalmente
sob os desvões sepulcraes?
III
Teus dias estão contados
e no infinito gravados
com letras que eterna são
a hora da sua partida
é coisa desconhecida
porém não é ilusão
IV
um dia que não sabemos
no meio dos crisântemos
dos teus sorrisos festais
teus passos serão cortados
e nos teus olhos parados
não há de luz brilhar mais.
V
Então descerás sozinho
pelo escabroso caminho
da sepultura que é o pó
e teu espírito voando
a Deus irá regressando
pois ele que viu e só.
VI
No entanto é mister que agora
preveja a luz da aurora
que os justos hão de gozar.
Traces prudentemente
a linha reta e fulgente
em que precisas de andar.
VII
Não deixe para mais tarde
a mocidade é um alarde
é um grito que se desfaz
depois, em segundo plano
é claro evidente o engano
e tarde será demais.
VIII
despreza o mundo enganoso
e ampara-te pressuroso
nos braços de quem te criou
pois que num abrir de olhos
a vida se enche de escolhos
e a mocidade passou.
VG27/02/1985
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Favorecido: Marcos Aurélio Barbosa da Silveira
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O escritor e jornalista Marcos Barbosa vai a publicar outros livros no formato tradicional, versão impressa e continuar a coleção UNI-VERSO E PROSA DE MARCOS BARBOSA.
Com quase trinta mil leitores no Recanto das Letras, criou coragem e lançou a campanha PASSANDO O CHAPÉU.
Os três livros de bolso, foram vendidos inicialmente nas bancas centrais de Brasília e em algumas bancas de revistas das capitais do país, a R$ 5,00 apenas, para atingir também aos trabalhadores de baixa renda.
Os contos publicados pela editora Ícone de Brasília são: A MORTE DO SOL E O BURACO NEGRO; O Herói de "Mensagem a Garcia" e um livreto de poesias SAGA DA HUMANIDADE, todos já lidos por muitos "freqüentadores" do RECANTO DAS LETRAS.
O objetivo é desenvolver uma estratégia de marketing para escapar da alta roda dos intelectuais e atingir aqueles que mais precisam de leitura, o homem comum, do povo.