Minha primeira identidade
A vesti quando era mais jovem.
Com sete anos de vida
Escreveram dependente.
Mais importante era o número
Três, cinco, três, cinco
Por ter de filho o parentesco,
E um telefone por obséquio.
No verso uma assinatura, um carimbo,
O nome do responsável
pela compra da camisa azul
Da foto preto e branco.
Faltava o grupo sanguíneo.
-Falta Grave; A cor era rubra.
Mas desde lá era B
E positivo o Rh.
Eu devia ter chamado pelo número
Dois três, oito, cinco, oito (bem depois)
Quando meu responsável caiu
Eu já era independente?
Coloquei-a na carteira
Quando fui a trabalhar
Sem saber que era o dia
Do prazo expirar.
Ligarei ao emitente
Que de obséquios não intende.
O sangue é mais importante
Que a fotografia da gente!"