CONTRADIÇÃO

Era só eu sempre em frente,

só eu sempre,

não querendo ser só,

seguindo sempre.

Eu e meu momento,

viajando nos espaços com sabor amargo

travado na garganta,

como a planta que não floresce,

como se a água não fosse suficiente pra desabrochar seu sorriso

e o regozijo não existisse com o sabor da água,

como se o encanto da água fosse um pranto triste e necessário.

Era eu solitário,

ouvindo aquela canção que cala a alma,

com o sangue correndo nas veias,

iluminando as células com o seu pulsar de vida,

sentindo a brisa me abraçando,

entrando pelos poros,

nadando nas asas da imaginação sobre o rio caudaloso do meu deserto,

tudo e nada sem você por perto.

Era eu ao cair da noite, na vertigem do dia,

pensando em alguém que não existia,

tentando entender o porquê,

naquela noite feliz e vazia sem você,

miragem, ilusão,

apenas uma luz passageira que alegrou meu coração.

Orlando Alves Ribeiro
Enviado por Orlando Alves Ribeiro em 19/07/2020
Código do texto: T7010679
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