MARTINA, A ARTESÃ
Uma ou duas vezes no mês,
A senhora Martina vinha de longe,
De muito além daquela serra,
Para aqui vender, de porta em porta,
Seus utensílios de barro, transportados
Aconchegados numa cangalha adaptada.
E sempre guarnecidos com porções
De tufos de folhas e palhas secas.
Com seu dócil e sonolento jeguinho,
Ela percorria as casas da comunidade,
Uma a uma... Oferecendo os seus produtos.
Eram panelas, alguidares, tigelas...
Tudo feito manualmente
Por aquela hábil artesã.
O tempo passou tão depressa...
Tudo se transformou...
E ficaram as lembranças
De Martina, a artesã...
A artesã dos bem elaborados
Utensílios de barro cozido.
Isso foi há muito tempo...
Eu era criança e ainda hoje
Guardo na memória.