Ruas vazias.

De tantas ruas quanto atravessei

Quantas mãos eu segurei

Creio sejam tantas quantas me largaram

Quantas delas, ao longo do caminho

A gente pode confiar, não sei

Creio sejam tantas quantas

Hoje eu vejo aqui por perto

Estando assim, sozinho

Quantas pressas eu vivi

Nenhuma dessas eu guardei

Ficaram todas tão perdidas e esquecidas

Quanto os pés que alcançam

O outro lado

Das ruas que a vida atravessa

Cada esquina fria

Cada olhar atrás se esconde

Onde estão tantas cortinas

Vãos, desvãos, janelas

Todo olhar que nos espia e vê

Cada rotina

Qual retina há de guardar impressa

Uma lembrança

Dessas, será que alguma ainda guarda

Aguarda...espera

No tempo a segurar

As nossas mãos perdidas

Esquecidas e vazias

Quase tão vazias quanto as nossas vidas.

Edson Ricardo Paiva.