A OLHAR O ANTIGAMENTE

ainda estou eu

a olhar o antigamente,

diante de mim o futuro

e no escuro da vida

as lembranças se amontoam,

velhas estradas, caminhos e rios,

vejo vazios, também, dos que se foram.

vejo meninos

nadando água abaixo,

seguindo correntezas,

certezas de infância vivida, sentida,

sofrida, mas bem vivida,

hoje,

a casa virou cadeia,

menino preso a brincar,

virou robô, sonhou avatar,

mas nunca sai do lugar,

menino preso,

inocente ainda,

mas prisioneiro do progresso,

teclando na tela joguinhos de matar.

vai pra rua, menino,

deixa o tempo passar,

entre folguedos e jogo de bola,

vem viver a liberdade

que o passado quer ensinar.

e ainda estou eu

a olhar o antigamente,

tenho mais passado que futuro,

mais frutos que sementes,

por isso, menino,

não me canso de olhar o antigamente!

Jonas De Antino
Enviado por Jonas De Antino em 19/06/2020
Código do texto: T6981597
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