... Suas






São minhas, iguais as suas,
a febre dos desejos,
entregues aos beijos,
revestidos pelas paredes nuas.
Nus também, os seios cobrem-se pelos beijos.
Ah, volúpia intimorata do amor
que desregula o compasso do peito,
machuca a alma,
odeia a infidelidade,
salpicando medo pela perda.
São minhas, quanto suas,
as nênias da paixão,
a criatividade nas alcovas,
as intempéries do ciúme.
São mais suas do que minhas,
as razões pelas trilhas opostas.
Mas, são mais minhas do que suas,
as saudades que afloram
nas noites, que também são suas;
mas que eu já não pertenço,
como antes pertencia.
Minhas, quanto suas, são as linhas do passado,
feitas de mim, de você... Uma lembrança.