Uma lembrança da tapeçaria do castelo
Uma lembrança da tapeçaria do castelo
Não!
Eu não permitirei que todos os nossos bons costumes caiam por terra!
Que nossa bela música com seus mágicos encantos escoem pelas janeletas dos fundos dos bordéis e de nossos calabouços mais frios!
Que nossas fábulas e nossas epopéias não seja m mais ministradas às nossas crianças pobres com suas roupas rotas, em nossas vielas e úmidos becos, mas docemente dominados pelo aroma dos pães frescos!
Não permitirei que a doce senhora seja ultrajada,
e que a moça pura, que assim almeja e decide viver, seja envergonhada por rudes cavalheiros, que coroados corruptamente com esse título de nada lhes serve!
Não permitirei que nossas Igrejas sejam molestadas, e que a Cruz Santa de Nosso Senhor seja ultrajada também, e dominada por toda a sorte de maus costumes!
Não permitirei que a Santa Palavra seja colocada tão vulgarmente em vão em praça pública!
Não permitirei que o meu Rei, óh meu Doce Rei, seja jurado de morte algum dia!
Saudade dos tempos em que tudo era doce, puro e bom: das belas taças de vinho, mesmo vazias, lindas
e das mesas enormes das mais puras madeiras, torneadas pela sua nobre natureza e pela força das mãos de homens, pecadores e incautos, mas que em determinados momentos lançaram toda a sua divindade e dignidade artística para deixar um pouco de sí e de DEUS em suas obras vitalícias!
Saudade dos fartos banquetes!
E não me venha desafiar quem não os desejava: aquilo era praticamente tudo dentro de nossas grandiosas festividades!
Eram fadas e donzelas das mais de mil estirpes e falanges: confundia-nos, nós, os mil condes, lordes, embaixadores, príncipes e duques, com seus hálitos purificados de flores e olhares de estrela-da-manhã!
Impossível nos era não permanecer embriagados com a presença de tamanhas figuras representativas do desenho de um DEUS e um PAI femininos!
Não havia quem não se achasse tremendamente enriquecido com tão nobre e abençoada presença em nossos círculos,
junto a magos e duendes, feiticeiros e artesãos,
toda a nossa sorte de sentimentos no vilarejo,
pelo ar adentrava, no mais profundo e sereno sonho de um rei adormecido...