A POESIA NÃO ENCERRA

Você, que gostava de poesia

E no pouco que escrevia

Sua vida melancólica expressava

Em poemas avulsos, você escrevia

Com palavras tristes o desgosto

que a vida, injustamente, lhe infringia

Teve sonhos não realizados

Uma vida sem espetáculos

A rotina lhe sugava o ânimo

Filhos, marido, trabalho e carências

Viveu sempre com o pesar

de a vida não lhe premiar

Foi árdua e valente, como pode

Lutou até os seus últimos instantes

Vida que versejou, se manifestou...

Teve alegrias sim, o bastante!

Mesmo não tendo sido o que quis

Foi uma mulher perseverante;

Sobriedade e muito recato

Um vida de lutas diárias

Foi este o legado que ficou

Hoje, um dia no calendário marca

Você ausente, depois de um batalha

Agora, vives no céu, eternamente.

A vida nunca lhe foi florida

Sentiu frio, fome e teve muitas feridas

Sua alma agora descansa no infinito

Te digo, mãe a poesia jamais encerra

Seu valor e ideal são estandartes

Do mundo celestial,onde agora és parte.

A pequena família que aqui resta

a ti presta esta singela homenagem

Foste uma mulher exemplar na Terra.

A minha mãe, Glória, in memória.

https://palavrasnotasevivencias.blogspot.com

Lia Fátima
Enviado por Lia Fátima em 06/05/2020
Reeditado em 06/05/2020
Código do texto: T6939131
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