A POESIA NÃO ENCERRA
Você, que gostava de poesia
E no pouco que escrevia
Sua vida melancólica expressava
Em poemas avulsos, você escrevia
Com palavras tristes o desgosto
que a vida, injustamente, lhe infringia
Teve sonhos não realizados
Uma vida sem espetáculos
A rotina lhe sugava o ânimo
Filhos, marido, trabalho e carências
Viveu sempre com o pesar
de a vida não lhe premiar
Foi árdua e valente, como pode
Lutou até os seus últimos instantes
Vida que versejou, se manifestou...
Teve alegrias sim, o bastante!
Mesmo não tendo sido o que quis
Foi uma mulher perseverante;
Sobriedade e muito recato
Um vida de lutas diárias
Foi este o legado que ficou
Hoje, um dia no calendário marca
Você ausente, depois de um batalha
Agora, vives no céu, eternamente.
A vida nunca lhe foi florida
Sentiu frio, fome e teve muitas feridas
Sua alma agora descansa no infinito
Te digo, mãe a poesia jamais encerra
Seu valor e ideal são estandartes
Do mundo celestial,onde agora és parte.
A pequena família que aqui resta
a ti presta esta singela homenagem
Foste uma mulher exemplar na Terra.
A minha mãe, Glória, in memória.
https://palavrasnotasevivencias.blogspot.com