ALDIR BLANC - Luiz Poeta - Luiz Gilberto de Barros Rio de Janeiro Brasil
ALDIR BLANC - Luiz Poeta - Luiz Gilberto de Barros - Rio de Janeiro - Brasil.
O que dizer-te, Aldir, neste momento
De desalento ante tua ida?
Ater-me a mais uma despedida?
... ou dar vazão ao descontentamento?
Tu és mais que um parente musical,
Tens o DNA de toda gente
Que pensa, raciocina, ama e sente
O mundo de maneira original.
Genial em tudo aquilo que criaste,
E deste para a voz doce de Elis,
Especial, tu foste tão feliz
Em cada verso que imortalizaste.
E a cada vez que cai um viaduto,
Um bêbado celebra a tarde vã,
Trajando, qual Carlitus, esse luto
Que encobre a solidão desta manhã.
A Lua há de alugar seu doce brilho
A cada olhar poético perdido
No céu, onde esse teu olhar bandido
E anjo, fez de ti Poeta... e filho.
E eu, poeta sempre embevecido
Diante das tuas aulas de arte,
Tornei-me da metáfora, um encarte
Da arte que te deu prumo e sentido.
Reitero, meu irmão, sou de um passado
De doce e criativa... ironia
Que dava à noção de rebeldia,
Um toque especial e mais ousado.
Enfim, somos do tempo em que a canção
Era tão consanguínea da poesia,
Que a concepção de harmonia
Ganhou sentido bem mais apurado.
Cristóvão Bastos, Guinga, João Bosco...
E tantos outros de igual perfeição,
Mostraram o que é composição
A quem compõe um verso torpe... e tosco.
Que bom que o que é banal não se eterniza!
Por isso, imortalizo, meu irmão,
Bem dentro do meu triste coração,
Toda emoção que te imortaliza.
Volátil, teu espírito há de subir
Sobrevoando os píncaros azuis
E nestes simples versos que compus,
Exalto-te, ó... meu companheiro Aldir...
Minha palavra é esta: gratidão!
... que pena não juntar meu verso ao teu!
... mas agradeço o dom que Ele nos deu...
E te tornou bem mais que meu irmão...
... e irmão de tanto irmão do velho Estácio,
Pedaço desse Rio de Janeiro,
Como todo poeta brasileiro,
Como Bilac, autor da Flor do Lácio...
E toda vez que alguém te interpretar,
Seja a canção que for, hei de sorrir,
Porque meu coracao... hás de convir...
Fará teu coração, no meu , pulsar.
....
Às 10h e 17 min do dia 4 de maio de 2020 do Rio de Janeiro - Marechal Hermes - Brasil.
Registrado no Recanto das Letras.