A Velha Figueira...

[Para Luiza Umbelina (Lulu), Teresa, Tia Bilá (In Memoriam)

e o saudoso Tio Antonino, nos meus tempos de

menino essa figueira brava ficava ao lado da casa deles]

Estava sempre ali, velha e frondosa,

Na entrada da porteira, da velha casa,

Grande figueira, sombra bondosa...

Refrescante alivio do sol em brasa.

E eu sempre a admirar a figueira!

Centenária arvore, repouso das aves.

A balançar ao vento bem fagueira,

Eu a ouvir os cantos, doces, suaves...

Os animais embaixo, ali dormiam,

No murmúrio lindo do entardecer.

Na raiz, lagartas tantas que fremiam...

Desapareciam logo ao anoitecer.

Ah! A figueira, a porteira, a casaria...

De pessoas queridas que eu guardo,

E amo sempre, muito, aquela calmaria,

E ter no coração nunca será um fardo.

Minha querida tia morena e tio Antonino...

Prima Luiza (Lulu) e querida prima Teresa,

Que naquele meu bom tempo de menino,

Achava tudo deslumbrante, uma beleza!

Hoje recordo triste, me vem tudo à mente...

Talvez a figueira, não sei, ainda esteja lá,

Só os meus sonhos, os tenho docemente,

Indeléveis, eternamente, comigo vou levar.

Poeta Camilo Martins

Aqui,hoje,29.11.08