Vidas Obliteral
Busco pelas ruas
aquela infância nua
vivências cruas
de inocência envolvida;
Eu busco vida
mas também simetria
que trace alegria
invés da despedida;
Eu busco
mas só há lembrança
morando nos arredores
daqueles lugares;
A família reunida
só mera fotografia
contada e colada
na pagina da vida;
Ninguém é o mesmo
naqueles lugares
tudo cambaleiado
de patas p'ra os ares;
Cada um seguiu
a procura de caminhos certos
ainda outros foram afastados
pelos maus ventos;
Uns foram fazer
o que sabem fazer
descobrir a vida
e os prazeres;
Eu rumo a lembrança
ainda sendo crianças
vivo o que passou
e a saudade que sobrou;
Eu lembro deles
ouço suas vozes ausentes
a esses lugares vazio
ainda são presentes;
hoje crescidos
cada um no seu caminho
construímos pontes
naquilo que seria para sempre;
Eu busco
eu rego a lembrança
dessas vidas obliterais
que me consomem.