Mulher de vestido azul cetim tomando café

O nome da cidade é desimportante.

No largo eu nem me dei em situado...

Antes do contorno direcionado

ao aberto,

Foi notável, por reflexos,

O destoar do azul na arquitetura

Cáqui-opaco.

A fonte era cetim ofuscantemente.

Ao sol o objeto era terráqueo

De natureza não-identificada;

Devida cautela requereu o contato

Visual desacreditado

E uma praça já não coexistia.

À verdadeira distância era

uma tocha royal;

Na suntuosa proximidade era mulher

E a postura era sua fórmula

Para compor as quatro dimensões

Com espaço algum.

Conforme a distração

Fosse um escudo aos olhares incrédulos

O porquê daquele azul veio ao caso

E já tão perto

Meu sobreolhado não descrente

Interpretou a obra.

A duração daquele levante

(de xícara)

Ofendeu-me a manhã

Até que a semana inteira

Perdesse o compasso...

Que vapores!

O odor do horário

Foi arbitrário e elegância faltou-te

n’um instante...

Quão rápida teria sido aquela partida

Ao deixar para mim o peso e a conta

da quarta dimensão...

O mistério?

Hélio Pitanga
Enviado por Hélio Pitanga em 28/04/2020
Código do texto: T6931137
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