Instinto materno em poesia prosaica
A criança sorridente mirava do ônibus
A senhora, mulher maltratada admiradora do sorriso infantil,
Seria uma mãe ou uma pobre mulher que invejava o fruto do amor alheio expresso por uma boca viril?
O menino correspondia com alegres balançares de cabeça, mas expressava sua incompreensão por um levantar de ombros.
A mulher persistia em um olhar longínquo,
Embora a criança estivesse no veículo ao lado,
Sentia a felicidade da criança irradiar até seu coração e contemplava o seu rosto pelos raios de Sol banhado.
De repente o olhar da mulher tornou-se triste, pois uma outra pegou a criança nos braços e desceu do ônibus.
Um sentimento contagiante foi seguindo a criança por onde ela passava,
Mas a velha senhora encolheu-se na cadeira do coletivo onde estava.
O que pensava?
O que sentia a velha senhora, perdera um filho ou nunca tivera, era a dúvida que sua imagem levava.
Ulisses de Maio
Para ser franco, foi uns dos pensamentos que me veio na hora e marcou aquela imagem na minha cabeça.