Instinto materno em poesia prosaica

A criança sorridente mirava do ônibus

A senhora, mulher maltratada admiradora do sorriso infantil,

Seria uma mãe ou uma pobre mulher que invejava o fruto do amor alheio expresso por uma boca viril?

O menino correspondia com alegres balançares de cabeça, mas expressava sua incompreensão por um levantar de ombros.

A mulher persistia em um olhar longínquo,

Embora a criança estivesse no veículo ao lado,

Sentia a felicidade da criança irradiar até seu coração e contemplava o seu rosto pelos raios de Sol banhado.

De repente o olhar da mulher tornou-se triste, pois uma outra pegou a criança nos braços e desceu do ônibus.

Um sentimento contagiante foi seguindo a criança por onde ela passava,

Mas a velha senhora encolheu-se na cadeira do coletivo onde estava.

O que pensava?

O que sentia a velha senhora, perdera um filho ou nunca tivera, era a dúvida que sua imagem levava.

Ulisses de Maio

Para ser franco, foi uns dos pensamentos que me veio na hora e marcou aquela imagem na minha cabeça.

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 11/10/2007
Reeditado em 27/01/2008
Código do texto: T690375
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