A PUREZA DA MINHA INFÂNCIA
Sinto saudades da pureza da infância,
Que a vida sofrida cedo me arrebatou,
Passei a pecar consciente, sem sentir
Arrependimento, nada de bom deixou.
A pureza da minha infância é precisa,
Para me tornar menos pecador, agora
E no futuro, que não tem a medida
Certa, para viver a vida, noutra aurora.
Tive paixões inocentes que passaram,
Hoje as paixões são muito mais sérias,
Tanto são fáceis como são algo difíceis,
Tornando-se agressivas e mui terríveis.
Nada há melhor que a pureza de criança,
Pena é não ser para a vida a esperança,
Que acalentamos no tempo da inocência,
Em que detestamos recorrer à violência.
Vou tentar vestir a pele daquele tempo,
Para me agasalhar destas intempéries
Que agora são frequentes, que causam,
Danos irreparáveis em variadas séries.
Ruy Serrano - 09.02.2020