Zeitgeist
Através de um rio enlameado
Segue o homem enlatado
Rio que caminha para o mar
Incapaz de retornar
Inércia, incontível, arrasta o homem do tempo
Pelos vórtices, correntes e ventos
Sempre a descer
Quase nunca a perceber
Homens sem rostos
Voam em asas de morcegos
Na direção da escuridão
Quanto sangue cabe-lhe na mão?
Sobre escombros de um antigo tombo
Fazem casas quebradas
Sobre a areia constroem jangadas
Que um dia serão afundas
Vaidade, tudo é vaidade
Para o que se afasta da verdade
Busca, toda busca é banal
Para o que não vê o farol
Certeza, toda ela transitória
Para o que se firma apenas na própria história