Garrafa Vermelha
Já caducada,
Inda mantinha-se educada.
Bem humorada, recebia com carinho a cambada.
Criançada da pelada de rua,
Nem que tentassem á atazanava.
A velhinha, tão amorosa,
Chamava a todos ao finalizar do último lance de bola.
Em sua casa,
De tijolo primitivo,
Janela de madeira pútrido,
Chão surrado manchado de arrasto,
Cheiro de guardada senhora ancestral.
Ah, mas ali agora resta somente,
Ao lado dos dentes de alho mofados,
A garrafa vermelha com um café requentado,
Que um dia servia as crianças do passado.