A BEZERRA DE ZÉ PINTO
Saudades de uma época…
Bezerra de Menezes: avenida-pérola
Ornada com arte de Zé Pinto.
Hoje, apenas, vazio sinto
Ao ver o suposto progresso,
Em rodas a trafegar, o passado invejo.
Em meados de 1920, nasceu Francisco Magalhães Barbosa
Cearense de brio, teve vida honrosa.
Na infância, produzia o próprio brinquedo
Signo de cara arte a despontar desde cedo.
Tempos depois, casou-se com Dona Zenor
Onze filhos vieram, frutos de imenso amor.
Ao 50 anos, brilhou no mundo das artes plásticas
Da sucata, fez rendeiras, pescadores e jangadas
Escultura, de ferro velho, garimpada
Matéria-prima a retratar história, não raro, ingrata.
Arte socializada ao ar livre
Canteiro central da avenida: inusitada vitrine!
Com esculturas expostas e talento reconhecido
Em museus - do Brasil e do mundo - foi enaltecido.
Em 1996, contudo, Dona Zenor
À pátria espiritual retornou.
A inspiração do artista chegara ao fim
Do mundo, em 2004, despediu-se enfim
Partiu para reencontrar seu amor...
E esculpir, nas nuvens, o esplendor!
Impossível esquecer obra singular
Ferro velho e sucata: tanto a historiar...
No terceiro milênio, diferentemente,
Quanta mente a si mente...
Mundo "like", felicidade virtual...
Pós-modernidade de autoridade coisal!
Estes versos ovacionam o eterno Zé Pinto
Artista plástico irrepetível, divino!