O NOME DELA ERA MARIA...

Maria de tanta luta, tanta labuta.

O nome dela era Maria.

Eu a conheci há tantos anos, tantos...

Dona Maria tinha um jeito lindo de ser.

...

Eu sabia, eu sentia que logo ela ia morrer.

Naqueles anos como eu temia perder os entes queridos!

Quantas coisas já não me fazem sentido!

...

Dona Maria se foi, foi para o outro plano.

E eu fiquei.

...

Não que eu não sofra quando alguém desencarna, mas acredito que a vida é eterna e deste modo tudo é muito consolador.

...

Vou contar um pouco de Maria.

Ela tinha uns olhos negros; fundos, tão profundos.

E uma tristeza no olhar.

E vivia a me consolar.

Eu tinha quinze anos quando a conheci e me parecia que meu mundo ia desabar.

...

Ela, com uma doença terminal vivia a me animar.

Com seu rostinho pequeno, seus negros cabelos e seus olhos morenos vinha minha vida enfeitar.

Dona Maria, eu sinto que um dia ainda vamos nos reencontrar.

E aí vou lhe contar.

Das estradas que ainda me estavam reservadas.

Quantas vezes dei risadas.

Quantas vezes chorei.

Nesta longa estrada da vida eu aos poucos me encontrei.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 08/01/2020
Código do texto: T6837029
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.