OS SONHOS

OS SONHOS

Depois que acordo

e me disponho às atividades

diárias (como escrever, por exemplo),

nem tento me lembrar

de alguns sonhos; mas minha alma,

que esteve desdobrada

por algumas horas durante o sono físico,

querendo revisar os seus atos

momentâneos na vida espírita,

em algum momento de sua manifestação

encarnada, lembra-se de alguns fatos

que a memória libera pelos sonhos.

Talvez se lembre de sua alegria,

ao ver, com os olhos perispirituais,

a beleza do sol brilhando

quando do outro lado do orbe é dia;

e retorne em seu voo astral

para ver a lua sorrindo contente

do lado que é noite; deleitando-se,

porque a luz solar se reflete nela,

e o seu brilho, como ouro enluarado,

se encante no meu sono profundo.

Talvez lembre-se que,

tal uma pujante ave, voe até

o meio da encosta do grande penhasco,

para presenciar numa fenda,

a intimidade da família-águia

e os cuidados com o filhote nascituro.

Ou então, que ande cautelosa

por região umbralina, esperançosa

de que alguma alma arrependida

almeje o resgate de suas faltas;

e seja tratada em algum posto

de socorro, por Espíritos benfazejos,

e após, seja bem orientada

nas colônias por instrutores capacitados,

que vão lhe fortalecer, vão lhe edificar,

e lhe renovar a consciência debilitada

restituindo-lhe a saúde psíquica,

deixando-a apta para enfrentar uma nova

reencarnação, para que possa remir-se

de algum débito expiatório.

Será que a saudade me motiva lembrar-se

de algum sonho (quando ainda era

um poeta neófito), que me leve a poemas

inacabados, esquecidos na gaveta do tempo?

São tantos os sonhos que a minha alma

tenta lembrar-se; sonhos recentes,

sonhos remotos, sonhos esquecidos

na viagem longínqua do tempo; sonhos

que perturbam a paz da consciência,

porque foram atos errôneos já resgatados.

As lembranças oniricas, obviamente,

fazem parte das vivências de minha alma

em suas inúmeras existências encarnadas.

Embora a minha memória espiritual

tente lembrar-se pelos sonhos, do que fez

ou irá fazer, no tocante aos seus afazeres

existenciais, as recordações oniricas apenas

comprovam as experiências da alma,

enquanto desdobrada do corpo físico,

as suas atividades durante a vida física

desperta, e, em algumas o ocasiões,

caso Deus lhe faculte, algo vindouro

que vá lhe ocorrer, bem como ao seu próximo.

Pois os sonhos, enfim, como fatos, ocorrências

vividos no passado, ou a serem vividos

no futuro, simbolizam também os nossos anseios,

aspirações, conquanto ainda estejamos

engatinhando em nosso evoluir, mas que

o alcance dos sonhos em cada um de nós,

seja, máxime, com amor, bondade e luz

em nossas consciências eternas.

Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 22/12/2019
Reeditado em 10/09/2021
Código do texto: T6824810
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.