Presente

Ah! que presente eu gostaria de ganhar? o que ganhar?

Se eu pudesse ter o infinito ao seu lado, gostaria.

As horas, dias, meses, fazem-me parar de sonhar,

Caio da minha utopia e reajo a vida crua.

Onde pôr a foto nunca tirada? sobre o quê?

Ficaria ela no mogno, cabeceira da cama, qualquer lugar?

Aquela figura geométrica dos quais ganham forma,

Quadrada, retangular, às vezes oval, circular,

Fica presa a imagem retratada no tempo.

Viria eu seu sorriso toda vez que já nem lembra-se dele.

Sorriria sozinho também como um louco feliz,

Porque o destino me tirou o infinito, mas não o amor.

Creio que um dia não a verei mais, e ficarei só,

Como antes. Nem o seu corpo, nem os lábios,

Nem os seus olhos, toda a sua curva, será de outro.

E esse desejo que sinto em tê-la ficará preso em mim,

Amargando-me o gosto azedo da derrota.

Mas isso já não importa mais, pois de que adianta falar.

Consola-me meu sentimento ser maior que tudo,

E a esse sentimento o infinito é insuperável.

Deleito-me com os dias que passei ao seu lado,

E me fez ser o que não sou simplesmente para vê-la.

E assim, as horas, dias, meses, passam aos meus olhos.

O que ganhar? O que posso eu querer? O infinito?

Sim! gostaria de passar o infinito contigo se possível,

Mas tenho algo melhor, não desmerecendo-a,

Pois a mim foi dado o poder de amar até o infinito.

TAS
Enviado por TAS em 05/10/2007
Reeditado em 28/06/2013
Código do texto: T681941
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