SPOLIUM
Assim, em estrada tão tortuosa, como a minha própria vida,
Deparei-me com os olhos de Melissa... Nunca os havia visto
Fora de sua redoma iluminada... Cristais de um brilho intenso!
Na manjedoura de ouro que forma sua bela face por inteira...
Parei, pasmo, e ela nem reclamou a minha mão, ali, atrevida,
A segurar lhe o rosto em riste... Entre um meio sorriso misto...
E uma lágrima que rolava, pelo meu amor ingênuo e intenso!
Ah, Deus! Quanta saudade daquela inexorável cena derradeira...
Pude sentir no profundo da alma a traição do tempo e do espaço!
Reparando depois ao longe a sua silueta a desaparecer no infinito,
E eu a lamentar, choroso, o não aproveitar o amor que ela me deu...
Como fui tolo ao dispensar, seu carinho, seu beijo e o seu abraço!
Mesmo, muitas vezes, ouvi, distante, seus apelos de amor, em grito,
Como louco desdenhei... Até que um dia, aquele grande amor, morreu.
Aqui, hoje, 21.01.2012