DAS GAROAS NÃO POÉTICAS

Sentir-se só na megalópole.

Arranha-céus arranham com unhas do pé,

Unhas que inoculam sombras ...

Só ... e tantos nesta tão metrópole...

Só, só, independentemente de minha fé,

Ergo meu edifício e ele tomba.

Suas garoas que não diluem fumaças,

Todo o cosmo no ser cosmopolita :

Não serei feliz, independe do que faças,

É a minha independência quem grita...

Posso sair, transar, beber, ter a droga.

Passo é cair, tramas embebem tudo em fel.

Peço lá ir, tremor abolido, nada em voga.

Poço a esvair, tons embebidos no mel ...

Sentir-me só e de minha janela

Contemplar luzes acesas de apartamentos,

Imitam mal o brilho das estrelas ...

Elétricos pirilampos de cor amarela,

Como amarelaram-se tais momentos:

Vida - fótons, fotos, fatos a incandescê-la ...

Dedico ao amigo Marcelo D'Drupeel, inspirado na canção 365, da banda Ira, a melhor banda de rock de São Paulo...

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 31/10/2019
Reeditado em 31/10/2019
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