DAS GAROAS NÃO POÉTICAS
Sentir-se só na megalópole.
Arranha-céus arranham com unhas do pé,
Unhas que inoculam sombras ...
Só ... e tantos nesta tão metrópole...
Só, só, independentemente de minha fé,
Ergo meu edifício e ele tomba.
Suas garoas que não diluem fumaças,
Todo o cosmo no ser cosmopolita :
Não serei feliz, independe do que faças,
É a minha independência quem grita...
Posso sair, transar, beber, ter a droga.
Passo é cair, tramas embebem tudo em fel.
Peço lá ir, tremor abolido, nada em voga.
Poço a esvair, tons embebidos no mel ...
Sentir-me só e de minha janela
Contemplar luzes acesas de apartamentos,
Imitam mal o brilho das estrelas ...
Elétricos pirilampos de cor amarela,
Como amarelaram-se tais momentos:
Vida - fótons, fotos, fatos a incandescê-la ...
Dedico ao amigo Marcelo D'Drupeel, inspirado na canção 365, da banda Ira, a melhor banda de rock de São Paulo...