RUAS MÃES
Nesta rua grande infinitas vezes
Carro atolou, a poeira subiu.
Sentados nas portas
Bocas balbuciavam
Sonhos, ideias e recontos se esperavam à frieza insuportável.
Que só a tanga de rede protegia.
E que em noite de estrelas brilhantes naquela rua
Eupídio morou e tocava em noite de lua cheia
Carrascos na rua, de uma tribo guerreira nem cochilava.
Lavando massas em redinhas de panos e peneiras.
Santa Maria, do Engenho velho, Maria Cachimbinho e Tantum viviam.
-Sai da rua menino, lá vem o caminhão carregado de cana!
- Pede uma! Vai chupar e caçar o que fazer.
- Sai daí menino!
Minha célebre mente, não mente isso eu ouvia.
-Vamos pra Olaria?
Oleiros traziam peças cubicadas
E casas eram erguidas e casarão levantado, morada de Eugênia e família.
Valdir Cutia e Severo Vaqueiro abriram veredas, na cela de cavalo galopando atrás de gado.
Em vertentes distintas, a rua do Campo, novos rumos, Califórnia surgia.
Os Lagoas na rua do Deserto se uniam e subíamos à rua do Namoro.
Esconder-nos dos olhos vivos, íamos enamorar-nos em noites frias.