RUAS MÃES

Nesta rua grande infinitas vezes

Carro atolou, a poeira subiu.

Sentados nas portas

Bocas balbuciavam

Sonhos, ideias e recontos se esperavam à frieza insuportável.

Que só a tanga de rede protegia.

E que em noite de estrelas brilhantes naquela rua

Eupídio morou e tocava em noite de lua cheia

Carrascos na rua, de uma tribo guerreira nem cochilava.

Lavando massas em redinhas de panos e peneiras.

Santa Maria, do Engenho velho, Maria Cachimbinho e Tantum viviam.

-Sai da rua menino, lá vem o caminhão carregado de cana!

- Pede uma! Vai chupar e caçar o que fazer.

- Sai daí menino!

Minha célebre mente, não mente isso eu ouvia.

-Vamos pra Olaria?

Oleiros traziam peças cubicadas

E casas eram erguidas e casarão levantado, morada de Eugênia e família.

Valdir Cutia e Severo Vaqueiro abriram veredas, na cela de cavalo galopando atrás de gado.

Em vertentes distintas, a rua do Campo, novos rumos, Califórnia surgia.

Os Lagoas na rua do Deserto se uniam e subíamos à rua do Namoro.

Esconder-nos dos olhos vivos, íamos enamorar-nos em noites frias.

WALTER BERG
Enviado por WALTER BERG em 07/10/2019
Código do texto: T6763757
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