DO RIO DO TEMPO...
Desço os olhos...
E o que vejo!
A pinguela
A menina tão magrela
A atravessar...
A pular, a saltitar, a rodopiar
O rio e ela
Velhos amigos
A conversar
Ela a perguntar:
Onde foram parar?
E ele a conjeturar:
Como cresceu!
Como sofreu!
Mas aprendeu
Ela chega aqui espiando do tempo o efeito
E eu?
Eu fiquei aqui correndo no leito
Somos dois velhos amigos
Envelhecemos
E continuamos sendo duas crianças
Eu querendo alcançar o mar
E ela insistindo na aprendizagem do verbo amar