AMORES IMPOSSÍVEIS
Foram muitos os amores que eu tive,
Todos esquivos, amores impossíveis,
Desde meu primeiro amor de criança,
Até ao amor duma última esperança.
O meu primeiro amor por ser tímido,
Nunca lhe confessei eu gostar dela,
Por isso o perdi, muito constrangido,
Sem nunca ter sabido como era ela.
O segundo amor do tempo da escola,
Era um amor infantil, difícil de aceitar,
Por correr sério risco de ser castigado,
Sendo um amor eternamente chorado.
Já adolescente tive um terceiro amor,
Tão furtivo como difícil, mui proibido,
Como os anteriores, sofri de má dor.
Nem sequer beijar me foi permitido.
Não desisti, outro amor eu conquistei,
Momentos sensuais na praia passei,
Enrolados na areia branca e salgada,
Foi amor que também deu em nada.
Já adulto, por uma bela loura algarvia
Me apaixonei, meu pai se intrometeu,
Quiz saber quem era ela, se a merecia,
Mais uma vez a perdi, Infortúnio meu.
Em Lisboa, entre os estudos, os amores
Se intrometeram, eram tantos, amorosos,
De difícil escolha, foram só passageiros.
Não fiquei com nenhum, nem remorsos.
Já na idade madura, ainda era solteiro,
Mulheres casadas bem me assediavam,
Mas eu resisti, não arriscava meu nome
Manchar, por loucuras que nada davam.
Na tropa, outros amores aconteceram,
Nenhum deles sequer começou, todos
Estavam comprometidos, sobrou um
Que começou a sério e assim resultou.
Foi este amor que deu frutos e estes
Anos até hoje durou, com momentos
Bons e maus, vieram os meus filhos,
Netos e bisnetos, todos mui queridos.
Ruy Serrano - 09.09.2019